Flores
que brotaram sobre pedras
Minhas
experiências não são daquelas que se iniciam bem. Tudo sempre tem a sua ponte a
se cruzar. E claro, com a leitura não foi diferente. Não tenho muitas
recordações do início de minha vida escolar, mas foi a partir da alfabetização
que tudo começou. Uma professora chamada Lurdinha. Doce e atenciosa, me ensinou
cada passo, cada letra. Até então eu detestava leitura, só de ver um livro já
me tremia de preguiça. Era, de todas, a pior obrigação. Mas então ela
presenteou-me com o primeiro paradidático, fino e de leitura fácil, A
Formiguinha E A Neve. A história de uma formiga que pedia por socorro a muitos
animais por estar com o seu preso na neve e ninguém a ajuda, porém no fim
quando ela pede a ajuda de Deus, Ele está lá para acolhê-la. Isso foi o ponta
pé, o marco do meu amor pela leitura.
Claro
que não foi paixão a primeira vista, mas eu já sentia a vontade de ler um pouco
mais. Por enquanto eu não me aventurava a ler livros grandes, apenas lia os
meus paradidáticos e assim foi se seguindo. Até que então, no 6º ano do
fundamental II, uma linda professora chamada Ana Patrícia mostrou-me outras
vertentes, fez com que eu me apaixonasse pela literatura brasileira e por
livros maiores. Daí então eu não me contentava só com paradidáticos. Eu os lia
correndo e então a procurava pra que me indicasse mais e mais livros. Quando
ganhei, de uma amiga chamada Beatriz e primeiro livro para chamar de meu: “Percy
Jackson, O Ladrão de Raios”. Essa foi uma das melhores aventuras em que eu já
mergulhei. Durante 3 dias me contentei apenas em ter um pouco de luz para ler,
meu alimento era cada página que se passava e o meu martilho era ter que
dormir.
Pois
bem, cheguei ao 1º ano do Ensino Médio e me deparei com um cara fantástico, rígido
e desafiador. José Dionísio, professor de redação. Claro que eu já tinha o
habito de leitura, mas ele me mostrou outro mundo, outro mar a explorar, o
mundo da poesia. Todo começo tem sua ponte a se passar e eu ando mais um pouco
nesta a cada dia. Ele criou um projeto de leitura onde nós ( eu e minhas fiéis
escudeiras ) deverias ler um livro e postar uma resenha no blog da turma.
Confesso que não era muito amante das resenhas, mas AMAVA a ideia da leitura.
Pois bem, tenho mergulhado na poesia a cada dia, tenho descoberto que esse tipo
de leitura abala não só a minha mente, mas meu coração. Faz com que eu me
identifique com o misto de sentimentos que sinto ao lê-las. Muito obrigada José Dionísio, você é mais um dos que me
ensinou a passar pela ponte.
Sempre
fui muito bem incentivada por minha família, mas um alguém muito especial que
conheci esse ano me fez abrir os olhos para esse mundo. Millena Alves Paiva,
uma menina séria, intensa, mas quando abre o seu sorriso, parece que li uma
poesia. E diante de tudo isso que sinto, não posso deixar de agradecer a dama
deste relato, a leitura. Obrigada senhora leitura, por me levar a mundos
diferentes, por passar pela ponte ao meu lado, por me ajudar a evoluir.
Exatamente isso, a leitura é uma evolução, é só e só mente só felicidade,
intensidade e coragem. Coragem de sempre buscar algo novo. Por ela, conheci
pessoas fantásticas e espero por ela
também terminar os meus dias.
“A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas
por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede.”
- Carlos Drummond de Andrade