CLÁUDIA RAYSSA RENOVATO MELO DA COSTA

sexta-feira, 14 de novembro de 2014





Flores que brotaram sobre pedras


       Minhas experiências não são daquelas que se iniciam bem. Tudo sempre tem a sua ponte a se cruzar. E claro, com a leitura não foi diferente. Não tenho muitas recordações do início de minha vida escolar, mas foi a partir da alfabetização que tudo começou. Uma professora chamada Lurdinha. Doce e atenciosa, me ensinou cada passo, cada letra. Até então eu detestava leitura, só de ver um livro já me tremia de preguiça. Era, de todas, a pior obrigação. Mas então ela presenteou-me com o primeiro paradidático, fino e de leitura fácil, A Formiguinha E A Neve. A história de uma formiga que pedia por socorro a muitos animais por estar com o seu preso na neve e ninguém a ajuda, porém no fim quando ela pede a ajuda de Deus, Ele está lá para acolhê-la. Isso foi o ponta pé, o marco do meu amor pela leitura.
       Claro que não foi paixão a primeira vista, mas eu já sentia a vontade de ler um pouco mais. Por enquanto eu não me aventurava a ler livros grandes, apenas lia os meus paradidáticos e assim foi se seguindo. Até que então, no 6º ano do fundamental II, uma linda professora chamada Ana Patrícia mostrou-me outras vertentes, fez com que eu me apaixonasse pela literatura brasileira e por livros maiores. Daí então eu não me contentava só com paradidáticos. Eu os lia correndo e então a procurava pra que me indicasse mais e mais livros. Quando ganhei, de uma amiga chamada Beatriz e primeiro livro para chamar de meu: “Percy Jackson, O Ladrão de Raios”. Essa foi uma das melhores aventuras em que eu já mergulhei. Durante 3 dias me contentei apenas em ter um pouco de luz para ler, meu alimento era cada página que se passava e o meu martilho era ter que dormir.
      Pois bem, cheguei ao 1º ano do Ensino Médio e me deparei com um cara fantástico, rígido e desafiador. José Dionísio, professor de redação. Claro que eu já tinha o habito de leitura, mas ele me mostrou outro mundo, outro mar a explorar, o mundo da poesia. Todo começo tem sua ponte a se passar e eu ando mais um pouco nesta a cada dia. Ele criou um projeto de leitura onde nós ( eu e minhas fiéis escudeiras ) deverias ler um livro e postar uma resenha no blog da turma. Confesso que não era muito amante das resenhas, mas AMAVA a ideia da leitura. Pois bem, tenho mergulhado na poesia a cada dia, tenho descoberto que esse tipo de leitura abala não só a minha mente, mas meu coração. Faz com que eu me identifique com o misto de sentimentos que sinto ao lê-las. Muito obrigada  José Dionísio, você é mais um dos que me ensinou a passar pela ponte.
     Sempre fui muito bem incentivada por minha família, mas um alguém muito especial que conheci esse ano me fez abrir os olhos para esse mundo. Millena Alves Paiva, uma menina séria, intensa, mas quando abre o seu sorriso, parece que li uma poesia. E diante de tudo isso que sinto, não posso deixar de agradecer a dama deste relato, a leitura. Obrigada senhora leitura, por me levar a mundos diferentes, por passar pela ponte ao meu lado, por me ajudar a evoluir. Exatamente isso, a leitura é uma evolução, é só e só mente só felicidade, intensidade e coragem. Coragem de sempre buscar algo novo. Por ela, conheci pessoas fantásticas  e espero por ela também terminar os meus dias.

“A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede.


- Carlos Drummond de Andrade

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