AMANDA DANTAS FRANÇA

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

                                                                           Eu e as palavras

   Desde pequena sempre gostei muito de ler. Na verdade lia qualquer texto palavra em que pusesse os olhos, desde um outdoor até uma bula de remédio, nunca fui de discriminar nenhuma espécie de leitura ou gênero literário. Acredito que as palavras seja lá onde estiverem tem um objetivo, sempre procurei decifrar os significados destas palavras.
   Minha família, em especial minha mãe fazia questão de atender às minhas necessidades literárias mesmo quando ainda não sabia ler plenamente. Ela sempre me encorajava à ler os pequenos livrinhos de história infantis. Lembro que eles vinham em um pacote grande de papelão com desenhos impressos e acompanhados de um Cd. Eles eram minha alegria. E eram bem diversificados, eu tinha um de histórias tradicionais (Cinderela, chapeuzinho vermelho, etc), minha irmã tinha um de histórias folclóricas e mais tarde ganhei um sobre animais da fazenda. Lembro-me de meu caderno de poesias, tenho ele até hoje, quando pequena costumava escrevê-las com rimas bem simples (como amor e dor ou azul e sul), eu me sentia realizada com meus poemas. 
   Com o tempo comecei à ler livros um pouco maiores e com menos desenhos, nesse período também lia muitos gibis, tinha uma verdadeira coleção deles, hoje não sei aonde eles foram parar. Lembro-me que no início eu achava que tinha a obrigação de ler um livro inteiro de uma só vez, às vezes desistia de lê-los por que não conseguia fazer isso, acredito que eu achava que se parasse não iria lembrar da história depois.
      Já estudei em muitas escolas, mas só credito à duas delas relevância na minha vida literária enquanto criança, a primeira em que estudei e a quarta. Na quarta eu me lembro de uma biblioteca bem ampla, na qual meu único problema era escolher um livro, por que eu queria levar muitos, foi nesta mesma biblioteca que descobri um pouco do potencial dos livros. Quando entrei para o ensino fundamental II não era muito fã dos livros que a escola nos impunha, eram leituras pouco desafiantes, mas admito que nem todos os livros eram ruins. Foi nessa época que comecei a me interessar por livros maiores, não gostava quando a história terminava e ficava sempre pedindo uma continuação. Os livros que lia fora da escola já não eram infantis, eram juvenis. A biblioteca de minha quinta escola era bem limitada, mas lembro de um livro que li sobre a história brasileira e todos seus momentos marcantes, que realmente não me arrependo de ter lido. Passei a gostar muito de crônicas e de livros clássicos durante esses anos.  
   Agora no ensino médio já li livros considerados "adultos", mas que achei apropriados e ao alcance de minha maturidade. Posso dizer que à esse ponto já fui inteiramente conquistada pela leitura, não tem como tirar meu gosto por ela. Esse ano gostei muito da iniciativa da escola de nos deixar escolher os livros de nossa preferência para lermos em sala de aula, acho que esse tipo de medida é bem mais estimulante do que tornar a leitura de determinados livros obrigatória, porém não acho que o tempo é suficiente, leio mais em casa do que na escola. Gosto de ler artigos e curiosidades online, não leio muitas revistas, mas também as acho interessantes. Tem uma leitura que eu acho especialmente divertida e um pouco estranha, gosto muito de ler os rótulos dos produtos enquanto estou consumindo-os, mesmo que eu não entenda muitas palavras que estão ali, mas desde que me lembro sempre gostei desse tipo de leitura, como deixei claro, não gosto de discriminar as palavras, pois sei que elas estão ali por uma razão. Considero a escrita uma das maiores invenções do homem. 

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